No modelo canadense, é o Ministério da Agricultura quem publica os resultados dos exames de saúde realizados desde março de 2017 em restaurantes, açougues, supermercados, frigoríficos. Todas essas informações são visíveis nos sites e no aplicativos como um mapa interativo. O objetivo é fornecer aos consumidores uma visão geral da higiene dos estabelecimentos envolvidos desde o início da cadeia de produção até a chegada da comida no prato.
Com os salões e centros de beleza as coisas são bem parecidas, apesar de que em muitos países, os padrões de higiene em salões podem ter suas particularidades.
Higiene em centros de beleza
Barbeiros, esteticistas e manicures manipulam objetos em contato com a pele dos clientes. Frequentemente, esses objetos não são limpos ou desinfetados para o próximo cliente, e a eficácia dos produtos usados para desinfecção é muitas vezes parcial. De fato, são nessas práticas que provavelmente estão a origem de transmissões de agentes biológicos que podem ser patogênicos. Assim como acontece com restaurantes e lanchonetes do mundo inteiro, os regulamentos internacionais são muito diretos sobre a higiene em salões de beleza, não muito diferente do que vemos no Brasil. De acordo com Artigo 118 dos regulamentos sanitários departamentais da França, instrumentos de aço utilizados pelos cabeleireiros, manicure, pedicure e de estética devem ser mantidos em locais apropriados e desinfetados quando existir a possibilidade de ser reutilizado, já os instrumentos que não podem ser reutilizados, por questões higiênicas, são descartados. O mesmo acontece no Brasil, com o diferencial de na França existir uma fiscalização um pouco maior.
Em serviços de manicure, o uso de lixas de unhas sem desinfecção prévia e de qualidade continua sendo um excelente meio de transmissão de fungos. De fato, medidas simples podem reduzir o risco de disseminação ou contaminação de doenças transmitidas pelo sangue, como HIV, hepatite B, hepatite C ou outros agentes infecciosos, como bactérias, microbactérias ou outras infecções.
Segurança antes da beleza
No Canadá, os inspetores de saúde pública da Ottawa Public Health realizam inspeções de rotina em salões de beleza, barbearias e esmalterias para garantir que todas as precauções sejam tomadas para proteger clientes e funcionários contra o risco de infecção ou transmissão de patógenos transmitidos pelo sangue. Os inspetores concentram-se em métodos de limpeza, desinfecção e esterilização de instrumentos e do meio ambiente, medidas de proteção contra a reutilização de instrumentos descartáveis e meios de evitar a contaminação de superfícies, ferramentas e áreas de armazenamento. Esses inspetores também prestam atenção à maneira como o serviço é fornecido, a maneira como o equipamento é usado e as práticas de higiene pessoal.
No Canadá, todos os salões de beleza, barbearias e esmalterias são referenciados em um site e os resultados das inspeções são públicos.
Na França, Suíça e Bélgica, existem empresas que acompanha cabeleireiros, esteticistas e manicures para implementar tudo o que é possível em termos de higiene e desinfecção para garantir a segurança de clientes e profissionais. Nesse sentido, a formação profissional é assegurada e soluções de desinfecção de qualidade são incluídas no acompanhamento. Estes salões de beleza, barbearias e esmalterias aderem ao rótulo “APROVADO” e comprometem-se a respeitar a Carta da Qualidade.
E se toda esta regulamentação fosse aplicada com afinco aqui no Brasil, seu salão estaria preparado para receber o selo de “APROVADO”? Deixe aqui o seu comentário.